amor não há
do resto de nós
uma asa inteira onde gritei liberdade
junto
aos meus
pés juntos
meus amores
se dedicaram à legião
de outras tantas reencarnações
ou encarnados todos
viveram felizes
amor, não há amor, não mais
que desses anos todos transformei em
legião
e teu nome envezado
teu nome que eu cuspi inteiro de mim
teu nome que eu risquei entre todas as más-línguas
do nosso vocábulo
restou nem pó nem cinzas, meu amor, não vês
que do teu inferno eu criei
mil outros - e tão semelhantes ao fel que me deixaste
cruzei mil patas num só pedaço de chão.
e eu vi: teus dias todos meus
que não adoeço
por ti
que não sofro
por ti
que não me arremesso em nada mais
em que tenhas estado: amor jamais.
outros que amo e amo, tem sim me dado
séculos e milênios: pelo que finquei na glória a todos
não a um
nem há um que de em outro em outro me façam cujo
transformei, meu amor, numa coisa só: livre e forte
e todos os teus temores na minha nobre arte.
que dá mística em te definhar
nos anos idos, teus cabelos todos coloridos de cair ao chão
nos teus gestos fúnebres que tens umidecido por temor, eu rio e tu?
quem me ensinou a arte, então, de nas trevas colher pão?
amor, não te demores, em que lhe digo: é findo é findo é findo