sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

per nos.


deixa entrar em ti
como o fogo que seca ao dia

o tornado que nunca retorna
onde o centro sou eu
e tu

também estavas.

deixava-me
como os dias
que tu comes em vão
e os dias que no vão te comem

eu estava lá.

assim, sobrado em teus pesadelos
em teus pelos quase eretos
eu estive

e embora o termo faça a força
maior do teu conflito
me engole

e me deixa
per pe
tu
ar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Estrela


e ainda que nasçam
de 25 a 25
muitos caem

porque subir aos céus
se é na terra os nossos dias

porque sucumbíamos
aos amores raros entre a pele e os espíritos
e possuímos-nos: ó legião!

nós que fomos cujos
oramos todos os dias
ceiamos
todos os homens e mulheres
cercamos
de luzes inteiras:
que vêm!

(e não apenas estrela para um).

Ó, legionários
porque procriamos em loucura
e nos tornamos vários.

Louvai-nos homens dos homens
Louvai-vos todos e todas:
porque nós caímos
em tentação e estivemos atentos.

.
Lo
uv
ai.





segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nus


Nós estivemos aqui
te colocamos pra dormir
te enfeitamos pra rezar contigo o último instante
aquele último instante nós deixamos partir

porque partem os sonhos ruins
e entramos em ti
nos colocamos para dormir nos teus sonhos

nos despimos para ficarmos mais próximos
a
ti: de quando em quando nos lembra
e nos traz à cama: um orgasmo

daqueles delírios nós nos ensinamos
e nos dedicamos
por cada segundo em
ti: perpetuá-los

por dias inteiros.

Insano, dorme, enquanto
nus
protegemos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Império II


e em todos os nomes santos
crescemos

onde os símbolos criaram
fincamos.

que do aviso prévio que lhes demos da chegada ou partida vitoriosa
(nosso sinal é o silêncio)
que da transição constipa as narinas e o hálito maldito
(por nos maldizerem o rosto)

posto sermos união em vários
e vários
por todos os lados

e todos os lados são muitos
e todos os lados também são dois

como a glória sobre o espírito santo.
a vitória sobre o humano: desista à luta e entrega o riso
nosso de cada dia
oremos por nós e nós por tu
posto sermos mil nomes
e os santos nus.

(foram colocados aos teus pés, legionário: vem)

longa vida viveremos
a partir de então.
porque nós chegamos
porque nós estamos
conosco.

Nesta hora em que enfrentas o caos Lembra, feiticeiro, dos teus sonhos O lamento da antiga seita adornou o nosso Futuro iniciado Em mais de Três lados.

domingo, 21 de novembro de 2010

Império


sim
filhos de todas as noites
e putas

e sacerdotes
e
sombras

e mortais.

sim
filhos dos fortes

o império
chegou
nós
que por milênios ousamos-nos
esconder
crescemos.

os dias deste pé
fincaram: e hasteia-nos
a vitória.

(aqui)

por quatro mundos
urgimos
por quatro mundos
lutamos
e quatro mundos
unimos

(em nós)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lembrança

de que mil fracos não matam um leão.

de que, nós, legionário, estamos aqui.

de que, nós, legionário, não aceitaremos revange de doidos nem doídos:
nós somos uma.

nós nos lembraremos dos dias sem fracasso
nós nos ergueremos sobre os coitados
e sobre os coitos nós reteremos
ópio.

lança, legionário, a tua fúria contra os desperdiçados
e aceita a única força: da vontade telemita

não me verás um, por entre as imagens
(todas nossas)
e se derrete a face do opressor: é porque queimamos
bem:
- lembre-se do futuro em que te
uniremos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

este era o início.


este era o nosso início
começado antes de ontem
e no futuro póstumo: os termos da lei
em que a vontade é nossa
e nosso reino é.

este era o início dos anos dourados de sangue
e calor que a nossa energia
fez.

em vez de um: somos vários
em vez de vários: somos a vontade.

a vontade é o nosso reino
e seja feita toda aquela em espírito
e carne.

(trancafiamos os fracos)

sobre a escuridão eis nosso quinhão
vilões das ruas proteladas
e de todos estes andarilhos: há uma causa em que repousas

nós somos a última verdade: dita.

eis que silenciamo-nos na paixão
e de servidões estamos fardos: procriamos tanto
que é da lua entre o sol e as nuvens o nosso hálito.

mar algum virá: o sangue dos gentis de gota em gota
e é tua tormenta, rebelde.

mais força a nós nos tornamos
por cada fraco tombado
o insano agita.

(aprisionamos o espírito insano no corpo maldito).
(em um corpo heróico: estará toda a dor).
(e no nosso corpo: a glória).



domingo, 31 de outubro de 2010

V.


Que a força diz
sobre a vitória
ser

Nossa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

quase o fim.

foi o uivo
e do sangue
a mutação
entre o sol e a lua

do deleite que tanto temíamos
ou tomas - que eu mamei a última gota da magia escura dos nossos pesadelos.

e sofri_êxtase em estar em ti
sentindo-te dentro.

foi do uivo e o sangue:
que nos tornaram fraternos.

e mais que isso: unidos em dia e noite por vago tempo - vago que é de indeterminada ordem:
nós nos tornamos lobos. nós nos tornamos grandes. nós nos tornamos eternos.

vampirizando-nos e nos doando até o fim: a loucura mais malcávia e sóbria
do vinho curto e a vodka doída
que em nossa garganta quase o beijo.

desprendidos
mais que nus
era amor ou início
de tudo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Traidor.


sim
traidor, nos alimentamos de ti
por fim

eu me alimento
toda vez que me relembras
e relembras o lamento
de nos conhecer

o que lhe demos
pedimos de volta
e com todo carinho de quem se revolta

não tenha dúvida
de que estás morto:
desisti de me lembrar de ti
desisti de ti

desta vez
eu te desapareci: e nós iremos atrás.

Porque te fundamos o espírito
e nos acusaste de - mais.

Porque te alojamos o prazer
e nos usurpaste - demais.

Porque estávamos na tua dor
e tu te alimentaste - mais.

Porque não é a tua dor alimento
era a tua força: que agora lamento
tenha fraquejado tanto

ao ponto em que rastejas
ao ponto em que enlouqueces

não sabias, cru, que eu não suporto os fracos?
E nem nós, que somos vários, te aceitaríamos sem pelos.

não sabias, cru, dor que sentirias, quando nos ausentamos
do teu espírito: da tua lembrança: do teu coração:
- é chagas que pedirá a morte no teu exílio.

(assim brindamos)

domingo, 17 de outubro de 2010

nós estamos

nunca chore porque o que me deste
serve
à legião

e aos dias futuros que alimentaste com
tua crença
já que estávamos aqui

espero pelos dias que se passaram
para te dizer que estive em nosso túmulo
e não orei uma lágrima de lamentação

nós fomos fortes
e merecemos a pior morte
que é aquela de esquecermos-nos
e nos
e nos
e nos

e que me fizeste rei de várias legiões
meu pequeno demônio, tu que foste anjo
me ensinaste a rastejar

e eu que era farsa
doei meu corpo a mil nações

e elas gritam por todos nós
elas batem por um coração sangrado de
toda libertação

nesses dias nós estivemos pensando e
concluímos que a dor ainda é pouca
para nos forçar
à fraqueza maior

nem ninguém nos fará re-ligar
porque somos
deste já: religião.

(hail legião que pode amar com todas as paixões)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Teu espírito.


é fria a mão
e o hálito é

só um espírito possui
e os outros a caminho

quando meu corpo se abre
e as alcovas do meu dorso.

é frio o tempo e as atmosferas
quando do meu ronco
eu evocar teus sombrios

é nunca o futuro do pretérito
posto te matar hoje e os pêlos seguintes.

longe longe nem se ouve o grito.
(teu)

lembre-se da minha voz
que se lembra
e todas as noites
que te lembrares
e todas as vezes em que não estou

e nem saberias dizer, se é ruim ou demasiadamente
ruim a dor provocada por meus caninos
e as caninanas estas sim: guardei pra ti.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

último enterro

ainda que teu bafo eu sinta
não me canso do teu enterro

e repito teu nome três ou quatro vezes
entre o espirro e o avesso

ainda que do meu sangue faça tuas preces
é na âncora: alicerce líquida
em que dejeto.

o perdido e o caos:
do amor antigo se fez ódio
(não, meu amor, eu sobrevivi aos infernos).

do antigo amor, me fiz dragão.

pai nenhum poderoso te protegerá
quando da marca funda aprenderes a nadar:
e neste oceano sem fim, barco algum nem areia rasa
o pulmão incansável
sobre
a
larva.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nota

nóestivemos

e
stamos.

nós possuímos: porque sim.

e símios e diferentes
e entretidos e entediados

nós persistimos:
nós estamos.

e quantos de nós morreram e quantos de nós morrerão
são os tolos e os fracos que tem morrido mais (irmão, dê a mão e o corpo e deixa por um instante o sopro nosso te possuir até os uivantes).

irmão, nós te evocamos nesta nota: posto nunca falecermos
somos.

irmão, nós te libertamos.

e creia: existe um poema só teu
ao nosso gole
ao teu.
ao nosso hálito
ao teu.
ao nosso pálido chão, quase cais, e nós ainda te erguemos.

irmão, não fracassais em nos consumir
porque temos nos consumido em ti: há muitos anos.

há muitos anos: somos sim a nota dos pesares leves
somos sim, há muitos anos, aqueles que trouxeram
vida
ao
vácuo.

vida ao vácuo, irmãos, não demorais em sermos legião.
(ainda)

deixa a morte vir, que a cultura não acaba aqui.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

daquilo que possuímos do mundo dos sentimentos

nada tememos
nem guerra: nem fome nem frio nem violência
nem o fogo nem a maldição.
nada
tememos: nem trememos o chão
a neve e as gotas de água

existimos.

e somos.

nada nos arrepia: nem paixão ou ira ou outro sentimento involuntário

tudo dominamos.

(legião)

e sentimos muito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

porque sim

é porque queríamos te ver
é porque queríamos entrar

é porque teus olhos - os nossos
estavam cobertos de azuis: marinhos e salgados.

é porque em ti: nosso amor era um vínculo
sentias

porque sem ti e esta intensa agonia
não sorríamos.

ame-nos, legionário, ame-nos porque a passagem está feita
e desde já, nosso, nosso, o nosso hino.

(ele estava machucado e sem nós)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

nós que.

nós que estamos
nós
viemos

nós que somos.

(e quantos de nós nos possuímos)

domingo, 1 de agosto de 2010

cão

cão come cão
come come
te come cão

como cão come devora cão
adentro
há.

cujo cão consome e lambe
lambe cão come o cão
cão-te come

cantiga e dorme.


terça-feira, 27 de julho de 2010

alimento


nós
que somos dragões

evocamos.

nós que urgimos
em nomes com os nomes santos degladiamos
em oferta: eis a mão, e os olhos e o corpo
que toca, e lê e se abre por nós
e abre! as narinas

que de ar quente invadimos
te.

(fechava os olhos e sentia vibrar daquele êxtase: a companhia de mil ao lado e mil abaixo e mil aos céus e fora de si, por dentro, as mil vozes lhe acalmavam. e mil vezes aqueles olhos - todos nossos - cintilantes na escuridão nos sorriam mil bençãos pagãs)

há que o rabo alarga o céu inteiro
e enche de bravura - o sol adentro
porque de garras e imensidão somos feitos

e só tombaria o contrário

porque o adversário somos nós
e nós estamos ao nosso lado.

nós que nos elevamos a dragões
em nome de nomes de homens
semeamos mais pão

(que tu comes)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

evocamo-nos

viemos
de perto e próximos estamos

em meio as trilhas que te torturam
em meio as chagas que te alucinam
em frente as plantações e mares

no meio do céu entre o quarto e a sala
no meio do céu entre o joelho e a boca

no ventre inferno
dos desejos
viemos um a um a um a um a um.
(repete)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

somos

é o que eu sou:
nós somos

e me perdoa os tempos de sofrimento
em troca das imortalidades:
e me perdoa os tempos de angústias:
em troca desta nossa carne.

é o que somos:
eu sou

e desperto: o dragão e as pragas.

que me despertais: vós!

que me acasalais no umbigo do feto.

sábado, 10 de julho de 2010


que não vê-se a chegada
o espinho suave que te ataca
e não vê-te a dor: o amanhecer nos carece

não existe pressa nem prece

queremos-te
e limpo
e sóbrio
e sombrio

o que louvei em ti, legionário, era teu corpo:
que possuímos tão bem
não existe dor, não vê-se a entrada

porque são vários que te desfrutam

eu que sei

porque me ensinaram a compartilhar o corpo
e fiz dele a moradia de mil espíritos

e nem vi-me nem dor
vem

vem

- entrega-nos tuas mãos. (é o que dizem)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A cura

nunca
separados de nós

a impressão no corpo: marca e chagas
nenhuma doença

a impressão de sermos: porque somos
eternos.

é que me expresso de forma vagarosa
sobre os sinos e sobre os ouvidos

ouvimos tuas fantasias
beijamos em ti a coroa
beijamos em ti os sonhos
beijamos em ti a cura.

(não se atropele de medo porque temos estado conosco)

e
t
e
s
o
r
r
i

m
o
s

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Arde


naquilo em que espirraste

lacrimejaste

esporraste

voltará
a dentro.

Se nos lembrares nessas horas
não ora jamais
por voltar
o sermão também.

domingo, 27 de junho de 2010

mais uma estrela brilha em nosso chão

ainda
nosso espirro
descobrirá lembranças

e nossos sonhos
todos diurnos
se revelarão: e seremos facínoras (pois devemos além da carne mil espíritos entre nós)

em comunhão
nossos gemidos aprisionados na testa
roncarão mil nomes

e sobrenomes nossos
serão.

pouco nos falta a gritar mais uma dessas: vitoriosas!
todas correndo depressa e cada vez mais
todas
estas vitórias nossas pronunciadas
(além)

porque éramos poucos
e nos tornamos vários.

pelo que nos calaram: nos transformamos
em magos. putos. legião.

quantos de vós nos trazemos na mão?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

eternos

nos encontrar

no último confronto

(já que sobre-vivi até esses dias)

de

onde
sangrenta batalha vivemos

de onde por que sobre a vida
nos tentamos


eu morrerei.
(findarei teus olhos)

mas não nos trairia profundamente: o lamento de chegar ao final.


jovens demais: ou o coração assaltado.


que me canso
descansarei
(abrindo o pescoço sem que forces nada)

ou eu nos
levantaremos: ao reino das eternidades (novamente e novamente e novamente).

Heis a nossa história:
- vieste-me sem agasalhos e eu pronunciei teu nome, em desespero nos tornamos juntos e tu pronunciaste o meu: via-te com desprezo e em nossos sonhos dormimos guerras. agora que nos retomamos: a foice que nos escolhe é a mesma que nos revela.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

morremos

eis mais um dia que chega
e nascido mais um ano de vitória

o que é meu
é vosso
que me entreguei
osso a osso por cada espírito untado em mim cresço
e crescemos ao sinal: nunca tardio (porque não chegasmos tarde mas na hora exata do inimigo)

e ao meu redor
dois
e ao redor de dois
quatro
e sucessivamente como tu guerrearás contra nós?

como tu entrarás até mim?
como tu desafiarás o umbigo sem medo que fez deste enredo
uma guerra sem fim.

não há nada mais que na fantasia
esquecer o dia em que pronunciaram teu nome
nem um anjo na terra prometida
eu e nós nos despimos

vê, até o horizonte, um a um chegam vários
sobre o monte
não matei sem querer vosso nome
ele já não existia (mais).

e se morremos ontem
amanhã ou mais tardar nós renascemos:
em mim.

hail, a legião infinita que corre casa a casa ocupa
até sermos todos
um.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ressuscita

re
s
s
usci
taem

nós

de espírito em espírito
(espíritos e espíritos)

em-eu corpo

todas as antigas casas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

em que vos findam

vós
que nos abandonastes

futuro vereis
o que não é ódio
mas
o que sois
po ei ra

e o sangue empedrado.

em vossos dentes
as mariposas tolas em flor

em vossos orgasmos novos
em vossos nossos orgasmos

tolos.

vós que não escutais
a voz sombria
(de dentro)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

mudo. de mudar.

agora, novo legionário

olha a montanha dos vidros
quebrados

olha o passado (que já passou)

e ajoelha:

o teu corpo e o teu medo
estes tremores todos ao redor
e dentro

são nossos

e fazem parte de quem
e fazem parte de mim
e fazer parte - a parte está o outro.

em parte, estamos todos.

é que te mostramos o mundo
e o novo mundo
e o antigo mundo: em que ficaste pra trás?

não, legionário, ergue teus olhos desta escuridão
que é eterna
e vê sobre os cavalos e sobre as sombras

não há luz que cega: há medo que diminui
durante tanto tempo torturado

meu novo, amigo, te liberto.

que mudaste nas alturas do teu mais podre ventre
eu mesmo encontrei nos teus joelhos a força de me valer vivo
eu mesmo nos encontrei no toque, que formamos, uma célula só

e não solitária, ai de nós
e nosso império, querido-nos
querido-nos
não nos foi dito: amai uns aos outros?

querido-nos
quedo-vos todos que nos angustiaram
e te liberto.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Queda ao hostil

então não havia mais tempo
ele
cai

hail, a queda satisfeita
hail, aos lobos

e as mandíbulas soltas
todas
costuradas

e a alma inteira, inimigo
c
a
r
com
ida.

comido os teus alimentos
não és mais
nem serás

que no seu ombro choram
apenas dores

que de tempo em tempo
a força
ur
g
e
e unge: os tentáculos são mais ágeis que as línguas

os sustentos pelos teus nervos
inimigo, inimigo
à
legião que te rodeia
a
penas
ajoelha.

(e aceitaria a dádiva de não conseguir mais: nada)

pelo que perseguiste os poemas belos
de nossas
madrugadas: tombas

(em não te paz)
(em não te paz)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Finados os teus dias na Nossa terra

amor não há
do resto de nós
uma asa inteira onde gritei liberdade
junto
aos meus

pés juntos

meus amores
se dedicaram à legião
de outras tantas reencarnações

ou encarnados todos
viveram felizes

amor, não há amor, não mais
que desses anos todos transformei em
legião

e teu nome envezado
teu nome que eu cuspi inteiro de mim
teu nome que eu risquei entre todas as más-línguas
do nosso vocábulo
restou nem pó nem cinzas, meu amor, não vês
que do teu inferno eu criei
mil outros - e tão semelhantes ao fel que me deixaste

cruzei mil patas num só pedaço de chão.

e eu vi: teus dias todos meus
que não adoeço
por ti
que não sofro
por ti
que não me arremesso em nada mais
em que tenhas estado: amor jamais.

outros que amo e amo, tem sim me dado
séculos e milênios: pelo que finquei na glória a todos
não a um

nem há um que de em outro em outro me façam cujo

transformei, meu amor, numa coisa só: livre e forte
e todos os teus temores na minha nobre arte.

que dá mística em te definhar
nos anos idos, teus cabelos todos coloridos de cair ao chão

nos teus gestos fúnebres que tens umidecido por temor, eu rio e tu?

quem me ensinou a arte, então, de nas trevas colher pão?
amor, não te demores, em que lhe digo: é findo é findo é findo





terça-feira, 4 de maio de 2010

Batismo

apenas não esquecer
qe
um dia de nosso descanso
são
cem dias
de rebelião - ou sem rebeliões

ou quem sabe (e nós sabemos)
do verso e do antídoto

a música que do teu espírito tiramos
a tirania dos nossos olhos
qe
te inspiramos

segue à força (seguimos)
segue ao fogo: fato do teu caminho (nós seguimos)

segue ao nosso encontro
(e seguiremos a ti)

Adestra as fraquezas e ri.
Adestramos o vento
que inspira
somos nós.

E lembra que não há traidores
não há traição: nasceste enfim.
(nascemos)

Nem haverá morte punida: posto sermos libertos
e liberta também teus olhos.
teus olhos, por nós.

Já mudaste bastante por nós? Já enviaste bastante de ti? Já amaste bastante a vitória vinda?
Já adiaste tanto, tanto, a tua partida: a tua partida, amável, é a chegada da nossa comitiva.

Eu te escuto. Eu te deixo entrar. Eu te deixo sermos.
Eu, que me entreguei, ao mundo novo: e me tornei dragão.
(rio. rimos. pontos.)

Sente, princesa, o beijo que demos em tua cabeça, era sim o teu cedo
batismo.

(nascerão outros e vários)
(de ti e de outros e vários)
(que nascerão de ti e de outros e vários que nascerão nossos)



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia do Dragão

que não há guerra mais bela
como esta das aflições do teu espírito

em que batalham os mitos entre si

nós, te levaremos, ao reino supremo da vaidade humana
porque nós criamos
e destruímos: os santos, as alegorias, os anjos, os demônios todos:
quem nos enfrentaria?

todo dia é o nosso dia vitorioso
que nos espalhemos na terra (esperma)

quentes à noite e furiosos: hail aos dragões

e às multidões de nós: porque já nos disseram que és vários
igual.

À palavra detrás pra frente: hail!

o teu nome nosso em todos os dias e noites e tempos de escuridão e tempos de sortilégios entre o homem e o homem não há fracos: porque somos vários.

Olhai ao céu e ao chão: porque entre eles caminhamos
te acolhemos
te queremos
sedentos: abraçaremos tua alma e teu corpo que nos pertence

Nenhuma criatura a não ser vivente lhe trará o amor que tanto sentes.

Hail ao poder dos dragões: que somos nós.

Porque quando acabares (tu) no teu conflito: sentirás o hálito de um gozo sem fim:
livres de todas essas mentiras que lhes postaram no caminho

Nós precisamos de nós que na batalha nunca sangrenta de hoje: mais um capítulo de vitória.

(não? ris?)
(não? Ris! comigo)


quarta-feira, 21 de abril de 2010

presente


oferecemos (nós)

mais um coração sadio

em

troca

do pensamento liberto
o espírito urge em mil

nascimentos

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Nós II

é que nos caçando
aprendemos a fugir

a render
a prender

a correr mais
afiar as almas

afinar os gritos: aprendemos a caçar melhor.

é que nos caçaram: e procriamos.
é que temos hálito e força maior.

é que ensinaremos sobre as leis e os mistérios:
tu estás mais próximo de nós
tu estás na linha divisória porque o passado nós regurgitamos
expelimos o futuro diante das tuas linhas

das mãos e dos pés: lhe traremos patas.

As cobras se tornarão dragões: nós formamos a legião
é que nos confundiram
e nos tornamos maiores

ensina também os teus bichos
a caçarem espíritos
a prenderem mortos
a correrem com a seiva na boca: entregar-te em vida.

Nós preparamos os neófitos
Nós treinamos os soldados
glorificamos os guerreiros
elevamos os mestres: e cria tu a tua legião de mil nomes: cada nós que vos possui:
em milhares.

porque nosso símbolo são vários: a força é o supremo sinal.


quarta-feira, 7 de abril de 2010

que tu participas

legionário, toca a minha mão, que tu sentes com as tuas: esquece o mundo dos espíritos

não fica com medo por ter nos
feito
felizes

toca meu espírito: e alimenta

o mesmo sombrio
é das sobrancelhas

meu olhos estão nos seus
todos os olhos, legião.

deixa o corpo amolecer em paz
e molestamos nós os pesadelos: nós somos a causa

nós causaremos a cura

nós curaremos o mundo: porque somos
mais que os espiritos
e os imundos
e os nostálgicos
e os sorrateiros da luz

nós viemos por nós
(que tu agora participas)


sexta-feira, 2 de abril de 2010

abstinência

não é preciso ficar com tantos receios: o estômago regurgita como o espírito em estado de suores. é o início de tudo, meu amor.

tem horas que sentirás sede e nessas horas te lembrarás de mim e de nós quase juntos sobre o asfalto. as risadas todas como se fôssemos heróis, eu te prometo que não te enganei.

as células morrem.

não é coisa da ficção mas da alma. e compreendes bem dos outros sentidos: parece enlouquecer.

e não é amor também. a cultura deixa de existir e imprimir suas palavras todas. é a imagem de nós. dos nossos líquidos. dos nossos movimentos: em lentidão. não foge. na outra esquina estamos nós.

e te alimentaremos. te trataremos. te cuidaremos. eu e tu somos nós.

parece adoecer. adoecerás sempre.
parece me odiar. e me odiarás por um tempo.
parece revoltar os ossos se debatem de madrugada?
os dentes brancos não tem mais o mesmo efeito.

os teus lábios tem a minha falta.
os teus momentos que estão no futuro do pretérito e no passado. todos eles fatigados.

eu não te quis assim, este é o momento de cuidar de mim.

abstinência: do mundo do qual já não participas não é tão ruim.
eu te abraçarei na volta como guerreiro, eu lhe darei uma parte do reino.
eu te conduzirei aos prazeres sãos. aos movimentos sem fim.

tudo é dança, riso
lembra? do quanto eu fui bom. lembra? do quanto eu lhe dei e se me devolves
sem querer: é porque eu precisava sabendo. sempre soube. de ti.

(não morrerás, a vida é outra, sofre e sê forte na escuridão do teu espinho)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

soldado

não chore, amor
o beijo que não te dei
é menor
que o reino que nos fomos dados

só tu não sabias a mística que existia
entre os meus lábios e a carcaça viva

eu alimentei teu coração entre trocas concedidas

tu podes enxergar a luz que lhe dei?
tu deves te alimentar do mesmo prazer invisível:
quando o pulmão pulsa forte e intenso
quando o cérebro treme e ejacula
quando das tuas partes íntimas o plasma cresce
o reino

quando não te abandonaremos
porque sou vários
e tu também, não vês?

desce os joelhos à legião
que te acolhe

(olhe ao redor porque sentiste que te tocarão no futuro os ombros: e era tu)

podes ver que estás marcado
e reconhecido na escuridão

por que eu cheguei? por que estava em teu destino?
e por que vieste-me de presente
por que perguntas se agora somos um-sem-volta

a tua alegria elevou meu espírito fantástico
não te angusties pelo que já és
alimento
és

e sendo nossa parte cuidaremos (tu e nós) de ti mesmo:
renderemos ao grande final
todas as rebeliões

hail, diga a ti
hail, diga a mim
hail, diga-nos

(e sorri, soldado, sorri)

segunda-feira, 29 de março de 2010

juramento ao dragão

tempo do dragão
eu nos ajoelho

e agradeço por cada glória erguida

por cada vítima que
fui
um presente concedido

fomos. tomos. e no coração da dor
(alheia-nos)

e no espírito do dragão:
reverencio
eu
sou-te grato:
às asas que me crescem
fogo
e língua (cria mais)

por cada feitiço untado
nossa história
elevou-se

eu prometo a nós: o reino claro.
eu faço o juramento
do amaldiçoado vento: leva o meu novo fogo

ao pensamento. (nosso)

eu me ajoelho-nos aceitando-vos, finalmente
por
todas as batalhas vitoriosas:
o símbolo do dragão.

ora-nos. cala-vos
ora-nos. parta-vos
ora-nos. glorianos.

quarta-feira, 24 de março de 2010

a ninhada chegou a ti

dito-cujo venha
com sua ninhada de
espíritos

errantes somos enquanto os pés enchem a sola de lama.

e quantos pés pisaram no teu coração?

estamos aqui. viemos a ti.

deus morreu no vão
que você duvidou
que você rebelou
durante a lua cheia
nós chegamos

nós estávamos quietos

dito cujo como nós em nossos espíritos abertos

você adoeceu
você pensou em nós
você pensou no amor

você pensou em deixar a porta aberta
por onde todos entramos nós
entramos em ti
entramos no vão que deixaste
deus morrer em ti.

chega a hora dos ícones. estátuas
caírem.

eleva-nos. nós com você também.

elevamos nos.

não estamos pregados
nós caminhamos
com os pés
pisamos

e não esquecemos jamais
nem esqueceremos
ja
mais.
o teu coração vazio.

(tu que já beijaste meu pescoço ou meu rosto sabia que o suor ao avesso é regresso em ti? mas estávamos todos lá e o beijo foi teu: entre-mos)

sexta-feira, 19 de março de 2010

chegaremos

a
legião quer
a ti

quando chegarmos:
diga sim

e quando chegarmos diga sim!

porque somos
v
á
r
i
o
s.

quinta-feira, 18 de março de 2010

caim

c m
ai

c
a (im): imã-que-puxa-te-a-quem?

c.

I'm
I'm
I'm

imã
que puxo te
a mim.

caim.
caim.

eu ouvi você no início dos sonhos
eu segui você no início dos tempos
eu estive contigo. e você será meu rei: e eu serei teu
(servo).

servo para nós no teu reino: nosso.
caim.

eu sou teu sangue. eu sou teu alimento.

vós
de caim: ajoelhemos.

(voz de caim: estou aqui.)

vós de caim: teus punhos se abrem a nossa senda

(voz de caim: está sedenta)

mia.C.aim.

nós seremos um também.

domingo, 14 de março de 2010

porque não disse cujo

eu sabia
deveria
ter
te dito
tudo

te dito
tudo

ter dito
tudo

dito
cujo. eu sabia que deve
ria
e ria de tudo. eu ria.
tudo de
ti. eu deveria ter dito
cujo o trabalho ardente em manter
me na mente
ou me distrair por aí: cujo, eu deveria
ter dito.

cujo, perdoa dito.
cuja
dor profunda deveria
ter
ido.

(e não foi por quê?)

quarta-feira, 10 de março de 2010

A passagem

E o que faremos
após
a passagem feita
é
nos reunir em seu leito
é
o reino - honrar os servos


aqueles que por possessão
somos

(esta feita a passagem) repete.nos.

aqueles que por quê morreste?
por quem?

criaremos um hino com todos os vossos nomes em agradecimento.

(não esquecervos, esquecerdenos antes, por sina)

eu que não recusei em te usar
tendo usado o que me ofereceste de bem
eu que precisava-nos mais que a ti
não errei em ser forte ao exercitar
os tentáculos e os canais
os aspectos e os espíritos: voa abaixo porque
acima voa
mos.

(e brinde a nós o teu fracasso há que um dia ressurgir... )

é a estranha delicadeza de não precisarmos mais de ti.

pouco faltamos

Sim, eu cheguei

meus legionários, eu estamos

ora
ora
ora

em paz não restamos: é hora quase chega

de dizer

sim.

nós chegamos.
p
o
uco

falta-nos.

domingo, 7 de março de 2010

alimento

é que nos alimentávamos
das aulas
fraquejadas

fracas, fracas: e tiramos o peso
e tiramos a dor

somos vilões de escuridões ínfimas
que nem valiam a pena da existência

quantas penas nos livramos

(não?)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Aos poucos

está feito

está

em nós a força que erguemos: é pura. é feito: o nosso tempo de dizer
sim

mish mish mish si mi si.m.

sem interferências, cada vez menos, o fraco se enfraquece
o fraco se doa
e se nos doa a face e o coração
e as energias por certo são
nossas

queridos filhos da noite e em dia disfarçados somos nessa multidão

vejam, e sintam, vejam, e sintam:
o hino se completa

a passagem foi feita. ir mãos unidas ao início dos tempos
os covardes aos poucos lamentam
e são poucos: que seus filhos gerados são nossos
que serão e seremos

ergue a cabeça, doce filho dos nossos sonhos, somos.
ergue a face, criatura que acaba de nos conhecer: e concede-nos
possuir-vos.

Possua nos nos tempos da primavera.
Nenhuma estação há de nos derreter.
Nem o frio congelar as nossas línguas: vê, é tempo de glória e para cada passagem feita:
é nossa a vitória.

(ele aos poucos desfalece e perde suas energias, aos poucos nós nos amontoamos do que é nosso)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

àquele que fica

hail luz das sombras: vem e me dão paz
vem e nos dão nome

o nome me no me no meno

sou
dos tempos furiosos
e nos tempos brilhosos
nos encontramos - por fim:
seus pés sobre a minha cabeça
somamos

meus peitos sobre os teus olhos:
somamos

Legião, legião, hail-luz-dos-profundos
que luz-fria em vários mundos

Dos últimos suspiros em que
nos louvo
à força unimo-nos
de todos

Hail, ao decaído
que nos fica:
abençoamos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

o princípio era a força

logo sentiria esse frio estranho na barriga que não começa pelo umbigo, mas pelo estômago.
dentro, o mundo é mais intenso.
e sentiria uma força ainda não sentida, logo após o quase-desmaio:
calcularam que a legião existia.

não sabia então que me possuiriam os termos e os dedos
não sabia então que me postulariam assim: - dorme tranquila força em ti.

Forçava meu espírito a fazer parte de nós
e eu deixei de pensar em mim : ou em ambos

somávamos na escuridão e nos dias de intensa febre:
o coágulo, a ansiedade, o medo, o tremor na espinha, a febre, a garganta torcida ou a tosse mesma são os antigos vermes expulsados de nós.

Nós estamos salvos
conos
co.

Nós nos
protegemos.

Nós nos amamos de certo (antes eram os deuses, os deuses se perderam no caminho, não somos culpados pela inexistência alheia, nós somos culpados pelos crimes ocultos: não parar nunca de pensar em nós, não parar nunca de calcular-nos em breve
nos
erguíamos
em breve nos tornávamos o favor apreciável
quando fraquejares, me disseram, doe-te-nos os restos

Quantos gatos e cervejas quentes serão sacrificados sem espirro de sangue?

O princípio era o mesmo: a força não está na coragem, embora não-medo
jamais: em teu espelho.
Reze baixinho: pai nosso, nos
nosso
nos
nosso pais somos
nós.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

pequeno pequeno

desta tua bolha eu entendo
pequeno
não cuida
que nós estamos aqui?
e no inferno em que te metemos
dele o livraremos igual:
irmão, pequeno, só na escuridão
(sozinho)
é que nela aprenderás: há luz
nos
mortos-vivos

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

pró criação

por que nos
caçaram nós
procriamos