terça-feira, 28 de setembro de 2010

último enterro

ainda que teu bafo eu sinta
não me canso do teu enterro

e repito teu nome três ou quatro vezes
entre o espirro e o avesso

ainda que do meu sangue faça tuas preces
é na âncora: alicerce líquida
em que dejeto.

o perdido e o caos:
do amor antigo se fez ódio
(não, meu amor, eu sobrevivi aos infernos).

do antigo amor, me fiz dragão.

pai nenhum poderoso te protegerá
quando da marca funda aprenderes a nadar:
e neste oceano sem fim, barco algum nem areia rasa
o pulmão incansável
sobre
a
larva.

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