quarta-feira, 30 de junho de 2010

Arde


naquilo em que espirraste

lacrimejaste

esporraste

voltará
a dentro.

Se nos lembrares nessas horas
não ora jamais
por voltar
o sermão também.

domingo, 27 de junho de 2010

mais uma estrela brilha em nosso chão

ainda
nosso espirro
descobrirá lembranças

e nossos sonhos
todos diurnos
se revelarão: e seremos facínoras (pois devemos além da carne mil espíritos entre nós)

em comunhão
nossos gemidos aprisionados na testa
roncarão mil nomes

e sobrenomes nossos
serão.

pouco nos falta a gritar mais uma dessas: vitoriosas!
todas correndo depressa e cada vez mais
todas
estas vitórias nossas pronunciadas
(além)

porque éramos poucos
e nos tornamos vários.

pelo que nos calaram: nos transformamos
em magos. putos. legião.

quantos de vós nos trazemos na mão?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

eternos

nos encontrar

no último confronto

(já que sobre-vivi até esses dias)

de

onde
sangrenta batalha vivemos

de onde por que sobre a vida
nos tentamos


eu morrerei.
(findarei teus olhos)

mas não nos trairia profundamente: o lamento de chegar ao final.


jovens demais: ou o coração assaltado.


que me canso
descansarei
(abrindo o pescoço sem que forces nada)

ou eu nos
levantaremos: ao reino das eternidades (novamente e novamente e novamente).

Heis a nossa história:
- vieste-me sem agasalhos e eu pronunciei teu nome, em desespero nos tornamos juntos e tu pronunciaste o meu: via-te com desprezo e em nossos sonhos dormimos guerras. agora que nos retomamos: a foice que nos escolhe é a mesma que nos revela.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

morremos

eis mais um dia que chega
e nascido mais um ano de vitória

o que é meu
é vosso
que me entreguei
osso a osso por cada espírito untado em mim cresço
e crescemos ao sinal: nunca tardio (porque não chegasmos tarde mas na hora exata do inimigo)

e ao meu redor
dois
e ao redor de dois
quatro
e sucessivamente como tu guerrearás contra nós?

como tu entrarás até mim?
como tu desafiarás o umbigo sem medo que fez deste enredo
uma guerra sem fim.

não há nada mais que na fantasia
esquecer o dia em que pronunciaram teu nome
nem um anjo na terra prometida
eu e nós nos despimos

vê, até o horizonte, um a um chegam vários
sobre o monte
não matei sem querer vosso nome
ele já não existia (mais).

e se morremos ontem
amanhã ou mais tardar nós renascemos:
em mim.

hail, a legião infinita que corre casa a casa ocupa
até sermos todos
um.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ressuscita

re
s
s
usci
taem

nós

de espírito em espírito
(espíritos e espíritos)

em-eu corpo

todas as antigas casas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

em que vos findam

vós
que nos abandonastes

futuro vereis
o que não é ódio
mas
o que sois
po ei ra

e o sangue empedrado.

em vossos dentes
as mariposas tolas em flor

em vossos orgasmos novos
em vossos nossos orgasmos

tolos.

vós que não escutais
a voz sombria
(de dentro)