quinta-feira, 1 de abril de 2010

soldado

não chore, amor
o beijo que não te dei
é menor
que o reino que nos fomos dados

só tu não sabias a mística que existia
entre os meus lábios e a carcaça viva

eu alimentei teu coração entre trocas concedidas

tu podes enxergar a luz que lhe dei?
tu deves te alimentar do mesmo prazer invisível:
quando o pulmão pulsa forte e intenso
quando o cérebro treme e ejacula
quando das tuas partes íntimas o plasma cresce
o reino

quando não te abandonaremos
porque sou vários
e tu também, não vês?

desce os joelhos à legião
que te acolhe

(olhe ao redor porque sentiste que te tocarão no futuro os ombros: e era tu)

podes ver que estás marcado
e reconhecido na escuridão

por que eu cheguei? por que estava em teu destino?
e por que vieste-me de presente
por que perguntas se agora somos um-sem-volta

a tua alegria elevou meu espírito fantástico
não te angusties pelo que já és
alimento
és

e sendo nossa parte cuidaremos (tu e nós) de ti mesmo:
renderemos ao grande final
todas as rebeliões

hail, diga a ti
hail, diga a mim
hail, diga-nos

(e sorri, soldado, sorri)

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