sexta-feira, 28 de maio de 2010

mudo. de mudar.

agora, novo legionário

olha a montanha dos vidros
quebrados

olha o passado (que já passou)

e ajoelha:

o teu corpo e o teu medo
estes tremores todos ao redor
e dentro

são nossos

e fazem parte de quem
e fazem parte de mim
e fazer parte - a parte está o outro.

em parte, estamos todos.

é que te mostramos o mundo
e o novo mundo
e o antigo mundo: em que ficaste pra trás?

não, legionário, ergue teus olhos desta escuridão
que é eterna
e vê sobre os cavalos e sobre as sombras

não há luz que cega: há medo que diminui
durante tanto tempo torturado

meu novo, amigo, te liberto.

que mudaste nas alturas do teu mais podre ventre
eu mesmo encontrei nos teus joelhos a força de me valer vivo
eu mesmo nos encontrei no toque, que formamos, uma célula só

e não solitária, ai de nós
e nosso império, querido-nos
querido-nos
não nos foi dito: amai uns aos outros?

querido-nos
quedo-vos todos que nos angustiaram
e te liberto.

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