domingo, 31 de outubro de 2010

V.


Que a força diz
sobre a vitória
ser

Nossa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

quase o fim.

foi o uivo
e do sangue
a mutação
entre o sol e a lua

do deleite que tanto temíamos
ou tomas - que eu mamei a última gota da magia escura dos nossos pesadelos.

e sofri_êxtase em estar em ti
sentindo-te dentro.

foi do uivo e o sangue:
que nos tornaram fraternos.

e mais que isso: unidos em dia e noite por vago tempo - vago que é de indeterminada ordem:
nós nos tornamos lobos. nós nos tornamos grandes. nós nos tornamos eternos.

vampirizando-nos e nos doando até o fim: a loucura mais malcávia e sóbria
do vinho curto e a vodka doída
que em nossa garganta quase o beijo.

desprendidos
mais que nus
era amor ou início
de tudo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Traidor.


sim
traidor, nos alimentamos de ti
por fim

eu me alimento
toda vez que me relembras
e relembras o lamento
de nos conhecer

o que lhe demos
pedimos de volta
e com todo carinho de quem se revolta

não tenha dúvida
de que estás morto:
desisti de me lembrar de ti
desisti de ti

desta vez
eu te desapareci: e nós iremos atrás.

Porque te fundamos o espírito
e nos acusaste de - mais.

Porque te alojamos o prazer
e nos usurpaste - demais.

Porque estávamos na tua dor
e tu te alimentaste - mais.

Porque não é a tua dor alimento
era a tua força: que agora lamento
tenha fraquejado tanto

ao ponto em que rastejas
ao ponto em que enlouqueces

não sabias, cru, que eu não suporto os fracos?
E nem nós, que somos vários, te aceitaríamos sem pelos.

não sabias, cru, dor que sentirias, quando nos ausentamos
do teu espírito: da tua lembrança: do teu coração:
- é chagas que pedirá a morte no teu exílio.

(assim brindamos)

domingo, 17 de outubro de 2010

nós estamos

nunca chore porque o que me deste
serve
à legião

e aos dias futuros que alimentaste com
tua crença
já que estávamos aqui

espero pelos dias que se passaram
para te dizer que estive em nosso túmulo
e não orei uma lágrima de lamentação

nós fomos fortes
e merecemos a pior morte
que é aquela de esquecermos-nos
e nos
e nos
e nos

e que me fizeste rei de várias legiões
meu pequeno demônio, tu que foste anjo
me ensinaste a rastejar

e eu que era farsa
doei meu corpo a mil nações

e elas gritam por todos nós
elas batem por um coração sangrado de
toda libertação

nesses dias nós estivemos pensando e
concluímos que a dor ainda é pouca
para nos forçar
à fraqueza maior

nem ninguém nos fará re-ligar
porque somos
deste já: religião.

(hail legião que pode amar com todas as paixões)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Teu espírito.


é fria a mão
e o hálito é

só um espírito possui
e os outros a caminho

quando meu corpo se abre
e as alcovas do meu dorso.

é frio o tempo e as atmosferas
quando do meu ronco
eu evocar teus sombrios

é nunca o futuro do pretérito
posto te matar hoje e os pêlos seguintes.

longe longe nem se ouve o grito.
(teu)

lembre-se da minha voz
que se lembra
e todas as noites
que te lembrares
e todas as vezes em que não estou

e nem saberias dizer, se é ruim ou demasiadamente
ruim a dor provocada por meus caninos
e as caninanas estas sim: guardei pra ti.