sim
traidor, nos alimentamos de ti
por fim
eu me alimento
toda vez que me relembras
e relembras o lamento
de nos conhecer
o que lhe demos
pedimos de volta
e com todo carinho de quem se revolta
não tenha dúvida
de que estás morto:
desisti de me lembrar de ti
desisti de ti
desta vez
eu te desapareci: e nós iremos atrás.
Porque te fundamos o espírito
e nos acusaste de - mais.
Porque te alojamos o prazer
e nos usurpaste - demais.
Porque estávamos na tua dor
e tu te alimentaste - mais.
Porque não é a tua dor alimento
era a tua força: que agora lamento
tenha fraquejado tanto
ao ponto em que rastejas
ao ponto em que enlouqueces
não sabias, cru, que eu não suporto os fracos?
E nem nós, que somos vários, te aceitaríamos sem pelos.
não sabias, cru, dor que sentirias, quando nos ausentamos
do teu espírito: da tua lembrança: do teu coração:
- é chagas que pedirá a morte no teu exílio.
(assim brindamos)