domingo, 16 de agosto de 2009

A fonte e o vampiro

à língua
que me seca

seca a língua
ao te lembrar: o espírito que suga
é o vampiro mesmo e igual
que sempre te fui
e serei
nesses e nos outros dias: aqueles feitos no umbral.

língua, a minha língua seca
não é bom que me embebede um pouco
do poço feito de tuas lamúrias
não é bom que alimente um pouco e me deixe
bichinho quieto a beber
do teu plasma gentil.

vem e morre
pó: não podes morrer
enquanto és vivo
mantêm
a artéria
minha nesta vida-terra em que seguimos...

(ou somos duas vítimas do mistério)

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