terça-feira, 28 de julho de 2009

esta hora

eles giram
e se reunem

elas estas horas

então ele lhes perguntará:
a imagem
ou nós?

não haveria guerra
se os prótons, estes mesmos não se tornassem neutrons

era o fim dos tempos: será.

porque também se reunem e giram
a estas horas
estas horas, pena:
- eu as sinto.

trans-
mudar os neutrons
de lugares: infernos outros viriam
caso dois positivos: eclodiram.

não viu?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nova ordem I

Es
teja

bem

prepara
o
sonho: brinca com o escuro que te fascina
e dorme na paz do dia póstumo
o meu braço
sobre o teu

arrancados
nós
nos preciptamos

à ordem: estejamos
e prontos.

há que tu me ouvir
se
gue o destino:
e abraça finalmente o fio.

terça-feira, 21 de julho de 2009

três

e treinaríanos
todos eles para
caçar almas
ou espíritos sujos
e os limpariam com suas
línguas gatunas e lixadas - que a natureza bem quis:
limpar os fungos do mundo
o submundo: perfeitamente florido (não?)

meus filhos, cria
e creiam nestas mãos
que te alimentam a fonte
e te ensinam, desde já: assistir ao escuro.


domingo, 19 de julho de 2009

alimenta-me

Posto alimentar-me
de
ti e de seus ouvidos: as orelhas também
estes insetos que saiam de nós
e saíram: comem pó em nosso ventre

eu que posto alimento
de ti
faço

de tantos outros
fiz
um risco a mais
de vida

porque não é do sangue
mas da nobreza: a fome
e nela trair-te a ti: comigo.

Das ordens

I
Seguiu a ordem dos traídos
e
se feriu em dias úmidos
II
seguiu a ordem dos possuídos
e
gozou sete noites: era fascinante a tempestade de
seus cabelos
III
por fim, o terceiro: seguiu a ordem dos escolhidos
e juntou ao pó o barro de seus últimos dias
vi
vi
dos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

sol

e encontra o raio
que te cai ao chão
parte
em três milhões de moléculas
o
anfitrião: sou eu.

e éramos nós dois
juntos
todos - os - dias - de - sol

mortos: todos os dias sem
nós.

- e já não era preciso chorar?
- eu diria que era preciso chorar sempre: por um lado o amor e do outro a despedida.
- por que de um lado sofre: e deste lado, neste inverno, faz sol

(de aquecer as espinhas?)

- é, a minha espinha dorsal esticada em cío.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Onários

Onários
Leg
i o n
que os átomos trago-vos à tona
de seus carbonos vivam
quase
explorando o submundo desses olhos seus \
próximo
é o tempo em que sobem aos céus nossos bezerros (pequenas bolhas holografáticas feito
fogos
de artifício-fátuo

boas novas boas
nov
as
Á que-nos TO
Mo
u.


sábado, 4 de julho de 2009

Caveira

Esta é a caveira que nos suporta
tanto quanto de suporte
o isopor
faz brisa

Não, não deixe vagar o mundo
sem um pouco de rouquidão
que é desses pulmões todos: um imenso ar aquecido.

Legião, legião de mortais
que
nós por nessa terra cuspimos
mas também
suamos: às vezes com sangue e vinho

Não queime a caveira que ela
escondida sob a pele
é tão serena
quanto
a mata pequena que nos resta

legião, legião, cometer-te a trair-te
por quê?
se é a tua face que enruga
e não os
ossos que te empurram à vida?


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ang

Mais vida
lhe daria
e abraço que de abraço
consumiríamos não mais em agonia
mas
em vitória

esquece o passado e seus para-digmas ditos
e ditos
cujo
nomes não se arrastam:
mas que de um em um formam
o grande
círculo

Porvir,
o futuro das escritas e das escrituras
as alturas
de um templo em que, o entorno, somos nós
e
nosso espírito nada enfermo: glorioso

de várias gargantas
faremos
mais ossos de-se
pilhar e
construir estrelas

(bem-vindo sempre)