nós
que somos dragões
evocamos.
nós que urgimos
em nomes com os nomes santos degladiamos
em oferta: eis a mão, e os olhos e o corpo
que toca, e lê e se abre por nós
e abre! as narinas
que de ar quente invadimos
te.
(fechava os olhos e sentia vibrar daquele êxtase: a companhia de mil ao lado e mil abaixo e mil aos céus e fora de si, por dentro, as mil vozes lhe acalmavam. e mil vezes aqueles olhos - todos nossos - cintilantes na escuridão nos sorriam mil bençãos pagãs)
há que o rabo alarga o céu inteiro
e enche de bravura - o sol adentro
porque de garras e imensidão somos feitos
e só tombaria o contrário
porque o adversário somos nós
e nós estamos ao nosso lado.
nós que nos elevamos a dragões
em nome de nomes de homens
semeamos mais pão
(que tu comes)