segunda-feira, 29 de março de 2010

juramento ao dragão

tempo do dragão
eu nos ajoelho

e agradeço por cada glória erguida

por cada vítima que
fui
um presente concedido

fomos. tomos. e no coração da dor
(alheia-nos)

e no espírito do dragão:
reverencio
eu
sou-te grato:
às asas que me crescem
fogo
e língua (cria mais)

por cada feitiço untado
nossa história
elevou-se

eu prometo a nós: o reino claro.
eu faço o juramento
do amaldiçoado vento: leva o meu novo fogo

ao pensamento. (nosso)

eu me ajoelho-nos aceitando-vos, finalmente
por
todas as batalhas vitoriosas:
o símbolo do dragão.

ora-nos. cala-vos
ora-nos. parta-vos
ora-nos. glorianos.

quarta-feira, 24 de março de 2010

a ninhada chegou a ti

dito-cujo venha
com sua ninhada de
espíritos

errantes somos enquanto os pés enchem a sola de lama.

e quantos pés pisaram no teu coração?

estamos aqui. viemos a ti.

deus morreu no vão
que você duvidou
que você rebelou
durante a lua cheia
nós chegamos

nós estávamos quietos

dito cujo como nós em nossos espíritos abertos

você adoeceu
você pensou em nós
você pensou no amor

você pensou em deixar a porta aberta
por onde todos entramos nós
entramos em ti
entramos no vão que deixaste
deus morrer em ti.

chega a hora dos ícones. estátuas
caírem.

eleva-nos. nós com você também.

elevamos nos.

não estamos pregados
nós caminhamos
com os pés
pisamos

e não esquecemos jamais
nem esqueceremos
ja
mais.
o teu coração vazio.

(tu que já beijaste meu pescoço ou meu rosto sabia que o suor ao avesso é regresso em ti? mas estávamos todos lá e o beijo foi teu: entre-mos)

sexta-feira, 19 de março de 2010

chegaremos

a
legião quer
a ti

quando chegarmos:
diga sim

e quando chegarmos diga sim!

porque somos
v
á
r
i
o
s.

quinta-feira, 18 de março de 2010

caim

c m
ai

c
a (im): imã-que-puxa-te-a-quem?

c.

I'm
I'm
I'm

imã
que puxo te
a mim.

caim.
caim.

eu ouvi você no início dos sonhos
eu segui você no início dos tempos
eu estive contigo. e você será meu rei: e eu serei teu
(servo).

servo para nós no teu reino: nosso.
caim.

eu sou teu sangue. eu sou teu alimento.

vós
de caim: ajoelhemos.

(voz de caim: estou aqui.)

vós de caim: teus punhos se abrem a nossa senda

(voz de caim: está sedenta)

mia.C.aim.

nós seremos um também.

domingo, 14 de março de 2010

porque não disse cujo

eu sabia
deveria
ter
te dito
tudo

te dito
tudo

ter dito
tudo

dito
cujo. eu sabia que deve
ria
e ria de tudo. eu ria.
tudo de
ti. eu deveria ter dito
cujo o trabalho ardente em manter
me na mente
ou me distrair por aí: cujo, eu deveria
ter dito.

cujo, perdoa dito.
cuja
dor profunda deveria
ter
ido.

(e não foi por quê?)

quarta-feira, 10 de março de 2010

A passagem

E o que faremos
após
a passagem feita
é
nos reunir em seu leito
é
o reino - honrar os servos


aqueles que por possessão
somos

(esta feita a passagem) repete.nos.

aqueles que por quê morreste?
por quem?

criaremos um hino com todos os vossos nomes em agradecimento.

(não esquecervos, esquecerdenos antes, por sina)

eu que não recusei em te usar
tendo usado o que me ofereceste de bem
eu que precisava-nos mais que a ti
não errei em ser forte ao exercitar
os tentáculos e os canais
os aspectos e os espíritos: voa abaixo porque
acima voa
mos.

(e brinde a nós o teu fracasso há que um dia ressurgir... )

é a estranha delicadeza de não precisarmos mais de ti.

pouco faltamos

Sim, eu cheguei

meus legionários, eu estamos

ora
ora
ora

em paz não restamos: é hora quase chega

de dizer

sim.

nós chegamos.
p
o
uco

falta-nos.

domingo, 7 de março de 2010

alimento

é que nos alimentávamos
das aulas
fraquejadas

fracas, fracas: e tiramos o peso
e tiramos a dor

somos vilões de escuridões ínfimas
que nem valiam a pena da existência

quantas penas nos livramos

(não?)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Aos poucos

está feito

está

em nós a força que erguemos: é pura. é feito: o nosso tempo de dizer
sim

mish mish mish si mi si.m.

sem interferências, cada vez menos, o fraco se enfraquece
o fraco se doa
e se nos doa a face e o coração
e as energias por certo são
nossas

queridos filhos da noite e em dia disfarçados somos nessa multidão

vejam, e sintam, vejam, e sintam:
o hino se completa

a passagem foi feita. ir mãos unidas ao início dos tempos
os covardes aos poucos lamentam
e são poucos: que seus filhos gerados são nossos
que serão e seremos

ergue a cabeça, doce filho dos nossos sonhos, somos.
ergue a face, criatura que acaba de nos conhecer: e concede-nos
possuir-vos.

Possua nos nos tempos da primavera.
Nenhuma estação há de nos derreter.
Nem o frio congelar as nossas línguas: vê, é tempo de glória e para cada passagem feita:
é nossa a vitória.

(ele aos poucos desfalece e perde suas energias, aos poucos nós nos amontoamos do que é nosso)