sábado, 27 de junho de 2009

Logo

em que nos reunimos
num
corpo só
e brinda-ermos
cantantes sobre a carne única:
espíritos, espíritos escutam que o raio do sol explo
dirá
no inverno

e
no inverno
nosso re-banho

cada partícula
de
f
r
i
o alimente
das
narinas cavernosas:
os pêlos e a passagem.

Respira e segue:
a chuva é nossa

e por entre ela
sendo
ela
cada gota
feito
legião
nela entramos
terra molhada e sólida
terra
estamos

logo agora.

domingo, 21 de junho de 2009

Outro

Então eu
lhe direi te apenas
eu

com olhos a ti
e em ti
na tua garganta como se fôssemos mesma
voz:
estamos aqui.

De joelhos tu erguerá o saber quente da existência
e tu mesmo engolirás do meu sangue semi-frio (da semi-espera que sempre foste tu)
eu estive longe e me demorei:
porque o tempo não era
o tempo
nunca fora

o tempo é do outro lado de lá

presta atençã: que te abençoarei não a alma e os perdões
(já estávamos perdoados, lembra?)

mas será o início em que verás: a legião formada em mim
verás
e eu verei que ao te erguer: terás do ouro o outro todo

e um inferno todo seco
para
(florir)

que o caos e a morte e a vida ou soberana velhice
nos traga dores tão físicas
ou ínfimas
que não se possam curar

ri
que será junto nossos
risos
desesperados
e alertas: porque juntos
somos
o
outro.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

algo-seu

gola

gola

eu te chamo, eu te evoco

em nos meus pensamentos

em nos meus mistérios

em nos meus coitados
gritos
gritos
gritos

sou eu: que te evoco o nome

e não volto mais porque já estou
dentro em no
dentro em no ouvido
dentro em no coração nunca parado
eu não volto mais, porque já estou no seu grito uivo horrível grito louco
em nas noites tuas
em nas serenas ruas
eu estou

e algo e algo e algo
que nos possui os nomes
eu também: suei.
e suo.
seu.

(maldito punho)

domingo, 14 de junho de 2009

ele chorava

Quando ver o que eu vi
é horror porque doído
dos altos montes
o seu grito
e o seu lamento que nunca iria parar
caso
não olhasse pra trás: eu ali espiando sua dor sofrível
aos lobos
às pestes
e aos desencarnados (ou aqueles que não tiveram a alma acessa de paixão ainda)

era o ritual do maldito
que reunia aos pés de si
os discípulos: imensa multidão de coitos interrompidos e vontades tantas satisfeitas de levarem à lama...

do alto a cena era esta:
ele
chorava.

- tudo isso eu vi.
e
nos faz sentido

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ossos de câncer

Num corpo deChris

Dechris-te-nos-feito

Dechris-to-los São

Nuns ossos queimados de aquecer as mãos
- é outono! é outono, oh, voltais...

Corpo em carne e osso: rói de ratos sermões

É o corpo de christo
nunca visto

encontrarão em tua caverna a porta do umbral: stroble e luzes de computador, luzes neon já eram no fim do mundo.

há um vermelho escuro do sangue insujeitado
porra pequena de brilhar no escuro

cansei desse amontoado: ossos são
não servem
aos cães: seus dentes lambidos entre os meus
quentes.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vem ao mundo

Dito
cujo
nome
dito
nunca fora.

cujo nome
escrito
fora embora
e
levou consigo
cinco
pontas: estava nele inscrito: olha!

Cujo
aquele que
tem nome
de inominável
corre
cujo
corre o nome dos abestados
como o mundo gira em todo mundo: ditocujo ditocujo
te saúdo.

Cujo
dito
sempre humano
é maldito
dito
cujo logo brilha e vem ao mundo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Natti para você Morto

meu irmão
inascido

que as trevas juntou
hoje
teu dia hoje

ofereço sangue emberrábico
química-veia em teu
inominado: nome.

nome de ir
onde
estaria?

(talvez, ao meu lado neste dia).